O Brasil já não é mais um Estado nacional. Foi rebaixado para “território ocupado”.
O Brasil acabou de assinar o seu contrato com demônio Mefistófeles. No contrato está o “futuro apocalíptico” que nos aguarda. Quem ainda tem idade para encarar o próximo meio século prepare o psicológico para encarar os efeitos expandidos de se viver num território neocolonial – algo nem um pouco agradável e desejável. As populações do continente africano que o digam.
Esta semana que marcou a entrega das imensas jazidas do petróleo do tipo Pré-Sal sela uma nova História do Brasil marcada pela tragédia. Se as obstruções da Constituição Federal de 1988 iniciadas com o avanço da Operação Lava Jato (uma operação de estado de exceção coordenada remotamente pelo DOJ – Department of Justice dos EUA) marcaram o fim da Nova República como a conhecíamos, o atual governo-fantoche de Bolsonaro por sua vez inaugurou o que há de mais parecido com o governo nazista da República de Vichy.
Quanto constrangimento! Nem os mais pessimistas poderiam imaginar para onde caminharia o Brasil quando irromperam as manifestações da “Guerra Híbrida” iniciada em 2015 (Com aperitivos em Junho de 2013). Ali a “Caixa de pandora” foi aberta. Entretanto, não faltaram alertas de uma grande variedade de pessoas importantes dentro e fora do país. Em 2013 ainda, análises do Jornal Causa Operária em São Paulo já alertavam para uma tendência perigosa que se aproximava em âmbito internacional. Analistas internacionais como o norte-americano Noam Chomsky, o saudoso historiador e diplomata brasileiro Moniz Bandeira, o jornalista investigativo brasileiro Pepe Escobar, o jornalista russo Andrew Korybko, o presidente russo Vladimir Putin entre milhares de outros mais já cantavam a bola: “Vem coisa séria pela frente”. Alguém realmente achava que a Crise de 2008 não cobraria o seu preço? No âmbito nacional em 2013 poucos acreditavam que “A Primavera Árabe” desceria aos trópicos.
A PEC dos gastos, a entrega do Pré-Sal à preço de banana para conglomerados internacionais, a Reforma da Previdência criminosa, a aprovação da terceirização total e irrestrita, a reforma trabalhista onde o negociado prevalece sobre o legislado, o corte nos investimentos da Educação Básica e Superior entre outras barbaridades que estão sendo aprovadas ou planejadas acabaram com o Brasil enquanto país. Na superfície sobrou apenas a “fachada” de República Federativa do Brasil. Não se engane meu caro, já somos um território neocolonial.
Como reverter este quadro sem uma Guerra Civil? Esta é a pergunta de um milhão de dólares. É o enigma das próximas décadas no Brasil. O país foi ASSALTADO de maneira incrivelmente despudorada pelo grande Capital financeiro internacional na primeira oportunidade dada para baixar a guarda do país. E tudo sob um “manto” de que se “combatia à corrupção”. Quanta ingenuidade! Como o povo brasileiro foi acreditar nisso? Resultado da alienação coletiva do povo sem precedentes.
LIVROS:
MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto de V. A Desordem Mundial – o espectro da dominação total: guerras por procuração, terror, caos e catástrofes humanitárias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
KORYBKO, Andrew. Guerras Híbridas: Das Revoluções Coloridas aos Golpes. 1ª Edução. Expressão Popular: São Paulo, 2018.
HARVEY, David. Condição Pós-Moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 14ª Edição. São Paulo: Edições Loyola, 2005
MÉSZAROS, István. A crise estrutural do capital. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2011.
BOITO JR, Armando. Crítica Marxista: Corrupção como ideologia. 1ª Edição. Editora UNESP: São Paulo, 2017.
ENGDAHL, F. William. Full Spectrum Dominance: Totalitarian Democracy in the New World Order. Wiesbaden: edition.enghdal, 2009. Edição impressa.
JINKINGS, Ivana, DORIA, Kim e CLETO, Murilo. Por que gritamos Golpe? 1ª edição. BOITEMPO: São Paulo, 2016.
ARTIGOS E SITES:
Full Spectrum Dominance. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pTwdiC5jQ-I
“A Nova Roupa da Direita”. Disponível em : https://apublica.org/2015/06/a-nova-roupa-da-direita/
BRAMBILLA, Filipi Camponez. Lawfare: o uso instrumental do Direito como uma ferramenta de guerra política. Disponível em: https://www.academia.edu/37013549/LAWFARE_O_USO_INSTRUMENTAL_DO_DIREITO_COMO_UMA_FERRAMENTA_DE_GUERRA_POL%C3%8DTICA
APPLEGATE, Melissa. Preparing for Asymmetry: As seen through the lens of Joint Vision 2020. Disponível em: https://ssi.armywarcollege.edu/pubs/download.cfm?q=221
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