O holocausto sanitário no Brasil de hoje
Por Zedotoko Costa[*]
Brasil: Holocausto Sanitário |
Vivemos
em pleno século vinte e um, onde o Governo já considera a
possibilidade de liberar pesquisas com o DNA de embriões congelados
com vistas a solucionar diversas doenças crônicas e incuráveis
pela medicina moderna.
No entanto,
parece que estamos em matéria de saneamento básico, vivendo no
final do século dezoito, onde pestes e valas negras ainda são a
principal ameaça a saúde pública.
Não questionamos
os motivos louváveis da ciência contemporânea e nem suas soluções
para o futuro.
O que nos
incomoda é a incompetência dos governos em relação a garantir o
direito a vida e a preservar a saúde da população contra a ameaça
de um mosquito.
Neste sentido,
fala-se que a responsabilidade é de toda a sociedade, mas os
recursos financeiros, as soluções logísticas e a capacidade de
gerir são de competência do governo e de seus profissionais de
saúde.
Assim, não é
justo para com a população dividir apenas a tarefa de controlar os
nascedouros, manter a cidade e o país livres da água parada.
É necessário
que o controle e a decisão de investir em saneamento
básico passem em primeiro lugar para áreas de
pobreza e que possam ser geridos pela comunidade.
Desta forma, com
a necessária ação popular, organizaríamos mutirões para encerrar
nas comunidades, bairros, cidades e Estados, os muitos lixões,
valões a céu aberto e começaríamos a minimizar o problema com
soluções práticas e definitivas, onde desenvolvimento humano está
em primeiro lugar na política oficial.
Além dessas
ações, um programa de educação sanitária seria de grande
utilidade para a população em todos os níveis e faria parte do
currículo escolar.
A herança dos
antigos regimes governamentais advindas do Iluminismo colocava a
preocupação com a qualidade da vida humana em primeiro lugar e
buscava solucionar os inúmeros problemas que enfrentamos ainda hoje.
O que nos chama
atenção é a capacidade de gerar informações para garantir ações
públicas que revertam à questão e que assegure ao cidadão comum
seu acesso ao desenvolvimento humano.
O Governo já
possui instrumento para gerir um leque de estratégias para se ganhar
essa guerra contra a epidemia da dengue que nos ameaça.
Resta saber se os
muitos computadores e seus programas conseguirão combater este
alarmante caso com a geração de informações relevantes que sirvam
para municiar os gestores de saúde a agirem com competência para
salvar a população.
Entendemos como
tecnologia de informação aquilo que podemos reunir de substantivo
por algum fato ou pessoa que garanta a geração de políticas e
estratégias no campo da ação governamental a serviço da
população.
O SUS – Sistema
Único de Saúde deveria aplicar melhor a política de informar a
população e gerar consciência de saúde sanitária nas camadas de
baixa renda onde episódios de mortandade são mais evidentes,
utilizando-se do arsenal de informações geradas nos computadores do
Estado Brasileiro que apenas atuam como produtores de estatísticas
públicas.
Um episódio
recente me mobilizou a abordar este tema. A morte de uma gestante e
de seu filho, infectados pelo mosquito da dengue.
Nem a população
sabe bem ao menos a responsabilidade do Estado, para exercitar
cidadania. É até criminoso dizer que omissão de socorro e
indenizações deveria ser paga às famílias, vítimas da
incompetência do Estado. O que perguntamos é que tipo de
indenização traria de volta as muitas vidas já perdidas?
Pois bem o
episódio supracitado ocorreu no ano de 2008, o que me motivou a
pensar e construir este texto.
Entretanto de lá
pra cá já se passaram 7(sete) anos e a constatação é de que nada
mudou pois continuamos a conviver com a ameaça do mosquito da
dengue, com mais gente infectada, mais mortes, etc, etc, etc, ou
seja, aparentemente, tudo continua como dantes.
A convocação à
população continua, e as autoridades constituídas, sobretudo,
governadores e prefeitos, gestores de saúde insistem em não
reconhecer que suas intervenções, no que tange, saneamento básico
ainda são insuficientes e somente, com coleta, eliminação e/ou
redução de lixões, de valas negras, limpeza de galerias,
construções subterrâneas que permitam o escoamento, mais rápido,
de águas de chuva, viabilidade para toda população de água
tratada, e esgoto sanitário, etc.
Visando ilustrar
o que acabamos de abordar apontamos para os atuais registros,
publicados na imprensa, sobre a situação da dengue no país, que
vem se alastrando, diariamente.
EBC
-Agência Brasil:
Jornal O
Globo
EBC –
Agência Brasil:
Além dos
registros acima segue, anexo, gráficos que documentam, o quão aquém
a população se encontra distante daquilo que os governantes, e
gestores de saúde deveriam buscar, além de, da tão somente
convocação do povo, para prevenção da
dengue no país.
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