O que não fazer? - Parte I
Por Pedro César Batista[*]
Notas:
[1] Que fazer? Problemas candentes de nosso movimento. 1902. Obras escolhidas de V.I. Lenin em três tomos, volume 1. Moscou. URSS. 1960. Este livro desempenhou importante papel na luta pela criação de um partido marxista revolucionário da classe operária da Rússia
[2] Idem.
[3] http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/metade-da-riqueza.
[4] Idem
[5] http://economia.terra.com.br/coca-nestle-e-mais-8-empresas-controlam-499-produtos.
[6] Marx, Karl. O Capital. Crítica de economia política. 1872.
* Pedro César Batista é jornalista e escritor. É autor de "João Batista, mártir da luta pela reforma agrária" e "Jornadas de junho".
Lenin (foto), em sua genialidade revolucionária, publicou, em 1902, a obra O que fazer ?[1],
apontando as contradições entre aqueles que lutavam para construir o
partido revolucionário e os que priorizavam as lutas econômicas,
sustentou que o espontaneísmo e não elaboração de tática e estratégia
para o trabalho da organização terminava por servir aos interesses
contrários aos trabalhadores, ao proletariado e as camadas populares.
Denunciou o discurso manipulador de que na democracia não existia mais a
luta de classes. "Estamos rodeados por todas as partes de inimigos, e
teremos que marchar quase sempre sob seu fogo"[2]. Suas
palavras parecem que foram escritas para os dias atuais, quando falar
em revolução e construção da sociedade comunista, para muitos, pode ser
considerado uma alucinação ou loucura. Lenin destacou a importância e o
papel que um jornal pode ter como um organizador coletivo, ajudando a
propagar as ideias e conceitos organizativos para a luta popular.
Passou-se mais de cem anos desde a publicação desse livro, - atual e que
precisa ser relido, com um novo olhar -, e que, no limiar do século
XXI, com o surgimento de novas categorias produtivas e o fortalecimento
do capitalismo em sua fase mais desenvolvida, que tem conseguido
enraizar seus fundamentos na alma da população, assim insistindo em
justificar uma concentração de riquezas a nível planetário em um nível
tão elevado, cruel e criminoso, com as 85 pessoas mais ricas do mundo
possuindo um patrimônio equivalente a 3,5 bilhões de habitantes[3], os mais pobres, a metade da população do planeta[4].
Esse controle é assegurado ainda por um grupo de 10 empresas que
controlam mais de 90% das marcas de produtos consumidos em todos os
países[5], muitas de origem sionista, financiando a
propagação de mentiras em todo o mundo. Essa fase imperialista, como não
se tinha visto antes na história da humanidade, confirma a previsão,
feita por Marx, da formação de monopólios, o aumento da exploração do
trabalho e da acumulação da mais valia[6]. Logo antes
da Revolução de Outubro, em julho de 1916, Lenin escreveu apontando o
imperialismo como a fase superior do capitalismo, que seria a fusão do
capital financeiro com o industrial e, na atualidade, o agrícola, com a
formação de grupos econômicos que dividiriam o mundo conforme seus
interesses. Lenin apontou que nessa fase o capital financeiro adquiriria
uma importância de primeira ordem, conforme verificamos nos dias
atuais. Diante desse quadro que propaga o consumo e o mercado como
deuses onipresentes e invencíveis, por todos os continentes existem
organizações e grupos de resistência, que combatem e lutam contra o
poder do capital e a sua imposição ideológica, econômica e militar, o
qual usa todos os meios, abertos ou subliminares, para manipular e
cooptar organizações e militantes da luta pela emancipação humana.
Diante desse quadro há aqueles que mudaram de lado, traindo as camadas
populares e a luta das classes trabalhadoras, passando a servir aos
senhores donos do capital. Por isso, ao escrever O que não fazer?
fazendo o contraponto com a atualidade ao escrito por Lenin, tenho a
finalidade de contribuir com a discussão para o debate que aponta a
necessidade histórica da construção de uma frente das forças populares e
revolucionárias e a elaboração de um programa mínimo de lutas, que crie
as condições para reforçar a bandeira da dignidade e da emancipação
humana, capaz de enfrentar o conformismo, o oportunismo e a negação
histórica da luta, propagada pelos donos do capital e seus serviçais.
Leia também: Jornadas de junho - O florescer de muitas fogueiras
A luta dos trabalhadores e das camadas populares em todo o mundo
enfrenta muitas dificuldades, especialmente no Brasil, quando há um
ascenso de forças fascistas e reacionárias, sustentadas pelos equívocos
de setores da esquerda, que abandonaram a frente de batalha depois de
chegar ao governo, burocratizando-se e se aliando a setores
conservadores, em nome de uma governabilidade que em nada alterou as
estruturas do país, assim como, sustentando e desenvolvendo velhas
práticas fisiológicas da direita e oligarquias. Em O que não fazer?
relaciono alguns tópicos que considero necessários para retomar o estudo
e a luta, contribuindo para reforçar a caminhada, voltando a mobilizar e
sensibilizar a classe trabalhadora e as camadas populares em torno do
ideal revolucionário e comunista..
[1] Que fazer? Problemas candentes de nosso movimento. 1902. Obras escolhidas de V.I. Lenin em três tomos, volume 1. Moscou. URSS. 1960. Este livro desempenhou importante papel na luta pela criação de um partido marxista revolucionário da classe operária da Rússia
[2] Idem.
[3] http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/metade-da-riqueza.
[4] Idem
[5] http://economia.terra.com.br/coca-nestle-e-mais-8-empresas-controlam-499-produtos.
[6] Marx, Karl. O Capital. Crítica de economia política. 1872.
* Pedro César Batista é jornalista e escritor. É autor de "João Batista, mártir da luta pela reforma agrária" e "Jornadas de junho".
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