MOÇÃO DE REPÚDIO - MINISTÉRIO DA CULTURA
CAPANEMA-Minc-RJ |
À POSTURA DO SECRETÁRIO DE RELAÇÕES DE TRABALHO DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, SÉRGIO MENDONÇA
Nós, servidores da Cultura,
manifestamos nosso repúdio à postura equivocada do governo federal em relação
ao movimento grevista iniciado no último dia 12 de maio, expressa na declaração
de seu representante, o Secretário de Relações de Trabalho do Ministério do
Planejamento, Sérgio Mendonça, durante a reunião do dia 15/05/2014 com os
servidores: “Museus fechados no período a Copa? Não tem a menor importância.”
É
triste constatar que não se trata
apenas da opinião particular de um gestor, cuja visão ainda não tenha se
aberto para a importância do setor cultural como fator de
desenvolvimento
socioeconômico e de fortalecimento da identidade e da diversidade
brasileiras. Nós,
que presenciamos diariamente o descaso materializado em livros,
registros e
coleções se perdendo em goteiras na época de chuva ou no calor dos
tempos de
verão, sem qualquer expectativa de uma mudança estruturante nas
instituições,
só podemos concluir que se trata de um esforço deliberado de
desmantelamento do
sistema público federal de cultura.
As instituições públicas de Cultura são
responsáveis pela guarda e conservação do patrimônio histórico e cultural do
país. Reúnem um conjunto de obras de arte, fotos, livros, documentos e bens
arquitetônicos de valor incalculável, que registram a memória, a identidade e a
diversidade do povo brasileiro. São esses acervos e instituições que estão
ameaçados, pela falta de uma política de Estado que considere a cultura como um
setor estratégico para a soberania e o desenvolvimento do país.
Da mesma forma, hoje grande parte da
produção cultural nacional, incluindo apresentações musicais, espetáculos de
teatro e dança, circo, exposições de artes visuais, e ainda os centros
culturais de maior relevância, dependem das políticas do Ministério da Cultura
para continuar existindo. Devido à falta de servidores e de orçamento, a
viabilização de projetos como esses e outros, que geram benefícios para todo o
país, está em risco.
No dia 12 de maio de 2014, os
servidores federais da cultura iniciaram mais uma batalha da luta pela
valorização profissional e pela melhoria dos serviços públicos culturais. Em
2005, 2007, 2011 e, neste momento, estamos em greve pelos mesmos objetivos:
- pela
EQUIPARAÇÃO SALARIAL entre as instituições que compõem o Ministério da
Cultura, que permita o reconhecimento dos que dedicam sua vida ao
trabalho no sistema público de cultura. A atual tabela remuneratória e a
ausência de um plano de carreira têm provocado a gradual evasão dos
servidores, que chega a 60% entre aqueles que ingressaram no Ministério e
suas instituições vinculadas desde 2006.
- por mais INVESTIMENTO na Cultura, para a qual em 2014 foi destinado
apenas 0,13% do orçamento público;
- por REFORMAS estruturais urgentes nos museus, bibliotecas e bens
arquitetônicos sob responsabilidade da União e mais investimento na conservação
de suas obras, coleções e arquivos, ameaçados pelo acondicionamento inadequado
e roubos;
- pelo ACESSO à Cultura como um direito pleno e insubstituível;
Estamos assistindo à
possível EXTINÇÃO do Sistema Minc!
Não há política
pública sem servidor público!
Esse estado de inércia e descaso
infelizmente tornou-se parte do nosso cotidiano. Conforme o secretário, os
museus (e o setor cultural como um todo!) “não têm a menor importância”, mas
não somente na Copa. Só que Governo que não bate um bolão com os próprios
cidadãos, não tem como bater com quem vem de fora. E nós, servidores da
cultura, queremos os museus abertos sim, mas com condições dignas de trabalho e
remuneração justa.
Adendo Por Zedotoko
Convém ressaltar que o descaso supracitado ocorre, em sua maioria, em outros ministérios sociais, Como: Min. Saúde, que há mais ou menos dez anos discute à mesa nacional de negociação do SUS, não sai do papel, continuando, apenas, como protocolo de intenções, Min. da Educação, Min. dos Transporte, Min. da Previdência e Assistência Social, Min. das Cidades, etc, etc, etc.
Creio que a indiferença por tais ministérios origina da ausência de votos, que possa render, aos nossos "representantes políticos", no que tange às eleições nacionais e a cisão, dentre os servidores, quando do governo FHC, em que o Min. do Planejamento, à época, Bresser Pereira, cria as carreiras típicas de Estado, pura esquizofrenia.
Creio que a indiferença por tais ministérios origina da ausência de votos, que possa render, aos nossos "representantes políticos", no que tange às eleições nacionais e a cisão, dentre os servidores, quando do governo FHC, em que o Min. do Planejamento, à época, Bresser Pereira, cria as carreiras típicas de Estado, pura esquizofrenia.
Pois bem, servidores, equivocadamente, em sua maioria querem, por que querem, atualmente, transformar suas carreiras, em carreiras de estado, como se tal instrumento fosse a solução de todos os problemas da categoria, precisamos de reflexão.
A constituição é clara quanto ao ingresso no serviço público, o regime jurídico ao qual todos são regidos, e o estatuto ao qual todos estão submetidos, indistintamente, seja de "estado" ou não.
Portanto, entendo que o governo trabalha, deliberadamente, com a cizânia no serviço público federal, foi assim na ditadura militar, a saber: tabela permanente, concursado, tabela especial, apadrinhado, indicado DAI, DAS, executando além das atribuições inerentes ao cargo, a atividade "X9", durante o período do Golpe. Assistimos, também, no governo Collor o mesmo comportamento, isto é, marajás, e não marajás, disponibilidade de alguns servidores, e outros não. Qual o critério? Não sabemos até hoje. Ora, como não poderia ficar de fora o governo FHC, perseguiu a mesma sistemática, de forma mais sofisticada com elaborações de planos de carreiras, contemplando determinado segmento em detrimento de outros, pois assim o processo de manipulação do setor seria um sucesso como foi.
Reiterando precisamos, sim de reflexão, sobretudo, como pautar o governo, pois acredito na legitimidade da greve dos culturais, por exemplo, onde foi parar a discussão sobre o DPC, este, deveria constar da sempre pauta, apontando para a carreira única para os SPFs (proposta já defendida pelo segmento CONDSEF)
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