DATASUS: PERSPECTIVA EXTINÇÃO
Por Zedotoko Costa[*]
Há, algum tempo, escrevi um artigo sobre o papel do DATASUS, junto à saúde pública brasileira, apontando para sua renovação com ações que entendo serem fundamentais na geração do conhecimento necessário ao funcionamento do sistema para a população, porém o que verificamos é a falta de ação oficial no sentido de produzir esse, mesmo, conhecimento, gerando soluções a partir dos dados coletados e, com isto, qualificar a rotina de trabalho técnico do órgão. Pior, ainda, é constatar que este comportamento, por parte dos atuais gestores ocorre, deliberadamente, bastando analisarmos o relatório abaixo onde fica demonstrado o descaso, a falta de comprometimento, a falta de respeito, generalizado, com o atual corpo técnico, da Instituição, ou que dela sobrou.
Para melhor entendimento, recomendo a leitura, a saber:
DATASUS:O DESMANCHE DE UM ÓRGÃO CRIADO PARA SERVIR AO SUS.
Na perspectiva de assegurar um trabalho que cumpra a finalidade do DATASUS, junto ao SUS, é necessário que se redefina o seu papel enquanto produtor de conhecimento, qualificando seus técnicos como homens que possuam atribuições além das de programadores de dados, buscando dar cunho científico às informações produzidas por eles.
Na redefinição dos atributos e do papel do órgão, ganha os profissionais e a população com ações condizentes com suas necessidades, além de galgar patamares mais científicos, o DATASUS traduzirá todo o conhecimento em ações oficiais de suporte a atenção em saúde que o governo preconiza. Vale ressaltar que não sendo possível atender a qualificação dos serviços prestados pelo Estado, sua existência enquanto órgão ligado a rede de saúde pública oficial torna-se obsoleta e subutilizada, não justificando portanto, sua existência e a alocação de recursos financeiros para o cumprimento de seus afazeres.
Ao ler o relatório acima constatamos, que ao contrário do que nós servidores esperávamos, no que tange ao papel do técnico em informação que trabalha no órgão somos preteridos, ou seja: Será de interesse dos dirigentes dar continuidade a nossa formação profissional com cursos, qualificando-nos para desempenhar um papel mais científico, junto ao órgão? Será que o Estado brasileiro, em nome dos seus gestores, nos paga o suficiente, o digno, o descente para nos sentirmos impulsionado a qualificar nosso trabalho e nos sentirmos co-gestores da política oficial de saúde para a população?
O Brasil apesar de possuir tecnologia para modernizar sua máquina administrativa ainda engatinha com suas rédeas curtas que cerceiam a ação eficaz do trabalhador do serviço público e os condena a salários baixos, pouca qualificação e nenhuma perspectiva de melhoria de seu quadro funcional, sobretudo os servidores lotados nos ministérios ditos sociais, revelando, portanto, sua sua miopia administrativa.
Modernizar a máquina administrativa é entender que em determinados momentos é provável que todos sejam responsabilizados pelo futuro do órgão, por seus afazeres e sua política, e para que alcancemos essa consciência é imperativo que os atuais gestores não promovam, a extinção do Órgão, como, atualmente, vem sendo conduzido.
Comentários
Postar um comentário
Comentários