Da servidão moderna
Que época terrível e esta.... |
“Toda
verdade passa por três estágios.
No primeiro, ela é ridicularizada.
No segundo, é rejeitada com violência.
No terceiro, é aceita como evidente por si própria.”
No primeiro, ela é ridicularizada.
No segundo, é rejeitada com violência.
No terceiro, é aceita como evidente por si própria.”
Schopenhauer
A
servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos
produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD
contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos
na França e na América latina. O texto foi escrito na Jamaica em
outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio
de 2009. Ele existe nas versões francesa, inglesa e espanhola. O
filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente
oriundas de filmes de ficção e de documentários.
O
objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do
escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de
evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição
subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de atacar de frente
a organização dominante do mundo.
No
imenso campo de batalha da guerra civil mundial, a linguagem
constitui uma de nossas armas. Trata-se de chamar as coisas por seus
nomes e revelar a essência escondida destas realidades por meio da
maneira como são chamadas. A democracia liberal, por exemplo, é um
mito já que a organização dominante do mundo não tem nada de
democrático nem de liberal. Então, é urgente substituir o mito de
democracia liberal por sua realidade concreta de sistema totalitário
mercante e de expandir esta nova expressão como uma linha de pólvora
pronta para incendiar as mentes revelando a natureza profunda da
dominação presente.
Alguns
esperarão encontrar aqui soluções ou respostas feitas, tipo um
pequeno manual de “como fazer uma revolução?” Esse não é o
propósito deste filme. Melhor dizendo, trata-se mais exatamente de
uma crítica da sociedade que devemos combater. Este filme é antes
de tudo um instrumento militante cujo objetivo é fazer com que um
número grande de pessoas se questionem e difundam a crítica por
todos os lados e sobretudo onde ela não tem acesso. Devemos
construir juntos e por em prática as soluções e os elementos do
programa. Não precisamos de um guru que venha explicar à nós como
devemos agir: a liberdade de ação deve ser nossa característica
principal. Aqueles que desejam permanecer escravos estão esperando o
messias ou a obra que bastando seguir-la ao pé da letra,
libertam-se. Já vimos muitas destas obras ou destes homens em toda a
história do século XX que se propuseram constituir a vanguarda
revolucionária e conduzir o proletariado rumo a liberação de sua
condição. Os resultados deste pesadelo falam por si mesmos.
Por
outro lado, condenamos toda espécie de religião já que as mesmas
são geradoras de ilusões e nos permite aceitar nossa sórdida
condição de dominados e porque mentem ou perdem a razão sobre
muitas coisas. Todavia, também condenamos todo astigmatismo de
qualquer religião em particular. Os adeptos do complot sionista ou
do perigo islamita são pobres mentes mistificadas que confundem a
crítica radical com a raiva e o desdém. Apenas são capazes de
produzir lama. Se alguns dentre eles se dizem revolucionários é
mais com referência às “revoluções nacionais” dos anos
1930-1940 que à verdadeira revolução liberadora a qual aspiramos.
A busca de um bode expiatório em função de sua pertencia religiosa
ou étnica é tão antiga quanto a civilização e não é mais que o
produto das frustrações daqueles que procuram respostas rápidas e
simples frente ao mal que nos esmaga. Não deve haver ambigüidade
com respeito a natureza de nossa luta. Estamos de acordo com a
emancipação da humanidade inteira, fora de toda discriminação.
Todos por todos é a essência do programa revolucionário ao qual
aderimos.
As
referências que inspiraram esta obra e mais propriamente dita, minha
vida, estão explicitas neste filme: Diógenes de Sinope, Etienne de
La Boétie, Karl Marx e Guy Debord. Não as escondo e nem pretendo
haver descoberto a pólvora. A mim, reconhecerão apenas o mérito de
haver sabido utilizar estas referências para meu próprio
esclarecimento. Quanto àqueles que dirão que esta obra não é
suficientemente revolucionária, mas bastante radical ou melhor
pessimista, lhes convido a propor sua própria visão do mundo no
qual vivemos. Quanto mais numerosos em divulgar estas idéias, mais
rapidamente surgirá a possibilidade de uma mudança radical.
A
crise econômica, social e política revelou o fracasso patente do
sistema totalitário mercante. Uma brecha surgiu. Trata-se agora de
penetrar mas de maneira estratégica. Porém, temos que agir rápido
pois o poder, perfeitamente informado sobre o estado de radicalização
das contestações, prepara um ataque preventivo sem precedentes. A
urgência dos tempos nos impõe a unidade em vez da divisão pois o
quê nos une é mais profundo do quê o que nos separa. É muito
fácil criticar o quê fazem as organizações, as pessoas ou os
diferentes grupos, todos nós reclamamos uma revolução social. Mas
na realidade, estas críticas são provenientes do imobilismo que
tenta convencer-nos de que nada é possível.
Não
devemos deixar que o inimigo nos vença, as antigas discussões de
capela no campo revolucionário devem, com toda nossa ajuda, deixar
lugar à unidade de ação. Deve-se duvidar de tudo, até mesmo da
dúvida.
O
texto e o filme são isentos de direitos autorais, podem ser
recuperados, divulgados, e projetados sem nenhuma restrição.
Inclusive são totalmente gratuitos, ou seja, não devem de nenhuma
maneira ser comercializados. Pois seria incoerente propor uma crítica
sobre a onipresença das mercadorias com outra mercadoria. A luta
contra a propriedade privada, intelectual ou outra, é nosso golpe
fatal contra a dominação presente.
Este
filme é difundido fora de todo circuito legal ou comercial, ele
depende da boa vontade daqueles que asseguram sua difusão da maneira
mais ampla possível. Ele não é nossa propriedade, ele pertence
àqueles que queiram apropriar-se para que seja jogado na fogueira de
nossa luta.
Jean-François
Brient e Victor León Fuentes
Segue,
abaixo, LINK para o LIVRO, para quem queira ler mais sobre o assunto
e fazer o download, infelizmente não conseguir recuperar o FILME.
LIVRO:
DA SERVIDÃO MODERNA.
A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais.
ResponderExcluirEles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época.
Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber.
Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça.