Os comunistas celebram o 95º aniversário da Revolução Socialista
Esta Revolução, dirigida pelo Partido Comunista, sacudiu as caducas estruturas do mundo de então. Os operários e camponeses dirigidos pelo Partido Comunista bolchevique sob a liderança de Vladimir Lênin, ao derrubarem do poder uma monarquia retrógrada e se insurgir contra a ordem imperial cevada no quadro da formação do capitalismo monopolista e que entrou em decadência em meio à 1ª Grande Guerra, abriram uma nova era na história da humanidade – a era da luta pelo socialismo e das realizações do socialismo.
A Revolução socialista não foi um raio em céu azul nem um ato isolado. Foi o resultado concreto de uma evolução de lutas milenares dos povos contra os sucessivos regimes opressivos que tiveram lugar na história. Tenham-se em conta as lutas dos escravos na antiguidade, as revoltas camponesas durante os séculos da Idade Média, o batismo de fogo e sangue da nascente classe operária na Primavera dos Povos da Europa de meados do século 19 e a heroica Comuna de Paris, quando o proletariado, nas palavras do fundador do socialismo científico, Karl Marx, tomou o céu de assalto.
A Revolução soviética foi o corolário de uma evolução histórica e um marco miliário de diferenciação, porquanto ao vencer levou pela primeira vez na história da humanidade os explorados e oprimidos ao poder estatal e abriu uma nova época de luta política revolucionária e transformações sociais.
A Revolução de 7 de novembro de 1917 abriu novas sendas para o desenvolvimento da humanidade – a construção de uma sociedade sem explorados nem exploradores, de emancipação social, libertação nacional e igualdade, paz mundial e solidariedade entre os povos.
A Revolução cujo 95º aniversário celebramos hoje marcou a chegada de uma nova época. Foi a primeira tentativa vitoriosa de abolir toda a opressão e exploração. Esta Revolução liquidou um império retrógrado, que Lênin chamava de “prisão dos povos”. Sobre seus escombros, surgiu uma nova civilização humana, uma economia desenvolvida, o progresso social, a justiça, a igualdade, um povo culto e digno. São incomparáveis as conquistas sociais, as reformas estruturais, os avanços civilizacionais operados pelo novo ordenamento político do Estado proletário baseado na aliança operário-camponesa.
A Revolução soviética de 1917, depois de ter lutado pela paz e sobrevivido à investida destruidora de uma aliança imperial, adquiriu, cultivou e desenvolveu arraigado caráter internacionalista e influenciou enormemente a vida política mundial ao longo de sete décadas.
Sob a influência soviética, tomou corpo e forma o movimento operário nos países capitalistas, desenvolveu-se a luta anticolonial nos países dependentes. A Revolução soviética construiu um Estado soberano e um Exército que se constituiu na força capaz de derrotar o mais feroz inimigo da humanidade – o nazi-fascismo.
Esta Revolução e o socialismo soviético estiveram presentes como inspiração, influência indireta e apoio moral na grande Revolução chinesa, na Revolução cubana, na Resistência vietnamita. Até mesmo a adoção, pelos países capitalistas, do Estado de “bem-estar” resultou, a par das lutas sindicais e políticas nos países capitalistas, da influência da Revolução de Outubro e do socialismo na URSS. E foi, a Revolução soviética, a base para a organização do campo socialista e do Movimento Comunista Internacional.
Cada período da construção do socialismo teve sua importância e história próprias. Foram circunstâncias que marcaram uma trajetória histórica que não se pode ignorar. A sua exaltação não esconde os erros, derrotas e recuos.
A Revolução de 1917 teve grande impacto político e ideológico que se irradia até os dias de hoje. Os princípios em que se inspirou e posteriormente desenvolveu constituem a linha vermelha, demarcatória, entre o pensamento socialista científico, revolucionário, comunista, classista e internacionalista, e o pensamento social-democrata, oportunista, que desde o seu fundador, Edouard Bernstein, considera pragmaticamente que “o movimento é tudo e o objetivo final é nada”. A Revolução de Lênin é a revolução da tática subordinada à estratégia, dos meios aos fins, do particular ao geral, do individual ao coletivo, da etapa ao processo como um todo.
Ideologicamente, celebramos os 95 anos de um movimento político-social vitorioso que fundou os princípios fundamentais da estratégia e da tática da revolução político-social, a revolução que revelou ao mundo o gênio político de Lênin, comprovou o caráter científico do marxismo-leninismo e a aplicabilidade histórica de seus conceitos fundamentais. Foi também esta Revolução que lançou as bases e os princípios que deram origem aos partidos comunistas nos anos 1920 e 1930, inclusive o Partido Comunista do Brasil.
Na sua circunstância e forma própria, a Revolução soviética e a construção do socialismo na URSS e no campo de países que se formou em torno da grande potência socialista são irrepetíveis. Há ainda a considerar que foram cometidos graves erros, alternando-se o dogmatismo, o voluntarismo, por um lado, e o revisionismo e o oportunismo de direita, por outro, além do fato de que a Revolução e o socialismo, tendo alcançado inegáveis êxitos na construção de uma potência econômica e na promoção da justiça social, ficou a dever a institucionalização de um sistema político que assegurasse efetivamente a hegemonia do poder pelas classes trabalhadoras.
Se a circunstância, a evolução concreta e as formas que tomou a Revolução soviética são irrepetíveis, não o são seu apelo e a necessidade que invoca. Dizia um dos maiores dirigentes do Movimento Comunista do século 20, o líder comunista português Álvaro Cunhal, que o século 20 não foi aquele que assistiu a derrocada do socialismo, antes foi o século em que o socialismo nasceu. O nosso dirigente e ideólogo, João Amazonas, refletindo sobre o início do século 21, dizia que será um período de luzes e sombras, mas que prevalecerão as luzes. Tinha convicção de que o processo revolucionário, apesar das vicissitudes, avança, mesmo que por ínvias encruzilhadas, mas avança. Ambas as afirmações baseiam-se na compreensão das inarredáveis contradições do sistema capitalista, cuja solução reclama a ruptura revolucionária que resulte na edificação de um novo poder político e de uma nova sociedade – o poder dos trabalhadores e seus aliados, e a sociedade socialista.
Como este poder e esta sociedade não surgem por geração espontânea, hão de necessitar dos instrumentos que os façam nascer – o movimento revolucionário e o partido que seja capaz de o conduzir.
Não descobriremos a pólvora. O “Velho” Luiz Carlos Prestes, cujo resgate histórico a atual geração de dirigentes do PCdoB promoveu não para se apropriar da sua imagem, mas do que havia de melhor nas suas formulações, defendia, já na Carta aos Comunistas de março de 1980, quando rompeu com a orientação oportunista de direita do PCB, a construção de um partido comunista de massas, com ideologia, princípios e organização. O mesmo que propôs o camarada João Amazonas, nos congressos de 1992 e 1997, quando aos apelos de renovação, respondia com uma frase que se tornou clássica nos debates da geração atual: Construir um partido comunista com feições modernas, sempre de princípios, de classe, de quadros e de massas, um partido de vanguarda para a Revolução brasileira.
Foi com esta perspectiva que o PCdoB elaborou o seu Programa Socialista no 12º congresso, em 2009. Uma proposta que é "a mensagem de esperança e luta ao povo e aos trabalhadores, aos seus aliados, e a todos os brasileiros compromissados com o país e com o progresso social" . Como afirma o documento em sua parte final, "os comunistas alicerçados na força e na luta do povo estão chamados a construir um PCdoB forte à altura dos desafios desta grande causa".
Fonte: Portal Vermelho
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