A informação em saúde a caminho de ser um bem público regional

Informações em Saúde
Autoridades sanitárias das Américas aprovaram a Estratégia e Plano de Ação sobre Gestão do Conhecimento e Comunicações para a região. Elas destacaram a importância de a informação em saúde ser um bem público regional e seu acesso ser livre e equitativo, a fim de que as pessoas possam tomar decisões informadas em temas de saúde.
As delegações dos Estados Membros da Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) tomaram essa resolução durante a 28ª Conferencia Sanitária Pan-Americana, realizada entre 17 e 21 de setembro em Washington, D.C, EUA.
Com o apoio da Opas/OMS, os países da região se comprometeram a desenvolver políticas e planos interministeriais em matéria de gestão do conhecimento e comunicações. A intenção é “diminuir a diferença e distância” entre o conhecimento e a tomada de decisões sobre saúde na região, por meio da produção de informação científica, o intercâmbio, a comunicação, o acesso e a aplicação eficaz dos conhecimentos baseados em evidências em benefício da saúde.
O gerente da área de Gestão do Conhecimento e Comunicações da Opas/OMS, Marcelo D’Agostino, apresentou a estratégia perante os Estados-membros e respondeu às nove intervenções dos países, as quais foram “todas positivas e alentadoras”, assinalou.
A estratégia e o plano de ação buscam guiar os países membros na adoção de normas, políticas e procedimentos que promovam o acesso livre e equitativo à informação, baseado em dados científicos sobre saúde como um direito inerente das pessoas; a formação de redes; e o uso adequado das tecnologias da informação e comunicação em benefício da saúde pública.
No nível regional, existem desafios e grandes diferenças entre os países com relação à difusão, ao acesso e à utilização do conhecimento científico em saúde. Isso é devido à diversidade de recursos humanos, sistemas e recursos tecnológicos. A taxa de produção de informação sobre saúde é baixa em relação à produção mundial, assinala o texto da estratégia. Entretanto, “ferramentas e projetos como a Biblioteca Virtual em Saúde, liderada pela Bireme desde 1998, são a resposta à maioria dos desafios”, explicou D’Agostino.
Entre os desafios que a região enfrenta sobre este tema, figuram a perda de oportunidades para captar e promover o capital de conhecimento dos países membros da Opas na área de saúde pública, assim como a capacidade limitada para a gestão da produção, classificação, preservação e difusão de informação científica e técnica em saúde. Além disso, ao planejar estratégias sanitárias, o uso das comunicações como ferramenta para melhorar a saúde não pode apenas ser considerado um componente. Outro desafio refere-se às populações em situação de vulnerabilidade, com acesso desigual à informação sobre saúde e à comunicação.
Neste sentido, a estratégia e o plano de ação que serão aplicados entre 2013 e 2018 têm os seguintes objetivos:
- Promover a implementação de políticas públicas para o desenvolvimento e difusão de informação e conhecimento sobre saúde, baseados em dados científicos;
- Apoiar as iniciativas de saúde pública e o estabelecimento de ambientes que facilitem a criação, o acesso e a difusão do conhecimento em saúde (por exemplo, o aprendizado contínuo; as plataformas de colaboração virtual, promovendo o aumento da visibilidade da pesquisa em saúde nos países);
- Fomentar e facilitar a colaboração que permita realizar alianças e formar redes entre os países da região para fortalecer as atividades de gestão do conhecimento e de comunicação sobre saúde;
- Promover programas de informação e de comunicação sobre saúde para lograr mudanças nos níveis individual, social e político, objetivando melhorar a saúde.
A Opas/OMS respaldará este plano de ação por meio de estratégias e ações de cooperação técnica em gestão do conhecimento e comunicações, assim como pelas redes estratégicas, na intenção de promover a alfabetização digital e assegurar o bom uso da informação qualificada. Além disso, facilitará a difusão de estudos, informes e soluções que sirvam como modelo sobre gestão do conhecimento e comunicações, e desenvolverá uma rede de centros colaboradores sobre informação, conhecimento e comunicações a respeito de saúde em colaboração com os países da região.
Este ano, a Opas, organização de saúde pública mais antiga do mundo, completa 110 anos. Ela trabalha com todos os países do continente americano para melhorar a saúde e a qualidade de vida das populações das Américas e atua como Oficina Regional para as Américas da OMS.


Fonte(s):   Isags

Comentários

  1. Esperamos que esta seja uma das propostas dentre outras a fim de democratizar as informações em saúde e que a linguagem utilizada, mantendo o caráter científico das informações, em um possível portal, seja a mais popular possível, contemplando, assim , o entendimento das informações à camada proletária da população.

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