Bipolar

Tem dias que confesso
Não gostaria de ter despertado
Pois ao acordar já me sinto
Angustiado, amargurado, revoltado
Melhor seria não ter acordado.
Penso! Começará mais um dia desastrado
Olho em minha volta
Constato que o mau humor de minha companheira
Ainda continua inalterado
Não sei mais como ajudá-la
A sair deste estado.
É terrível, dia após dia, despertar
E verificar que nada, nela, tenha mudado
Considerando sua singularidade enquanto ser humano
Manifesto minha inquietude, querendo entender
Ou mantenho a fé no amanhã.
O amanhã não vem fico irritado
Com ela, comigo, com a vida
Que diabos de bipolaridade
Está me contaminando.
Entender que nada!
Manter a fé sim, porém lutando,
Vivendo intensamente
Com toda alegria que me é permitida
Creio que pelo o amor a vida
Sua cura seja alcançada
Havendo reciprocidade de sentimentos
Quem sabe, ela, não resolva me seguir
Buscando também viver
Pois a “vida” é capaz de transformar tudo
Sobretudo o que somos,
Inclusive o que nos fere e machuca
Em “luz e chama”.
Afinal, o renascer para “Vida”
É como o por do sol,
Como o cantar dos pássaros,
Como o florescer das plantas,
Como extasiar-se diante do mar
É encontrar-se com si próprio, e com Deus.

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